Abril Indígena: pesquisadoras em destaque

8 de abril de 2022 Processocom

Durante todo o mês de abril, o Grupo Processocom estará abrindo mais espaço para abordar a temática indígena. Um tema tão caro aos nossos integrantes, que motivou a Doutoranda e Mestre em Ciências da Comunicação PPGCCOM/Unisinos, Raquel Gomes Carneiro, a compartilhar conosco o perfil de cinco pesquisadoras indígenas que fazem a diferença no Brasil e que todos nós precisamos conhecer e reconhecer suas contribuições fecundas ao país. 

Darlene Yaminalo Taukane

(Foto: Reprodução/SoundCloud)

Nascida na aldeia Pakuera, no Mato Grosso, Darlene foi a primeira mulher indígena a se tornar mestre em Educação no Brasil pela Universidade Federal daquele estado. Seu caminho investigativo trabalhou a história do ensino escolar do povo Kurâ Bakairi, comunidade a qual pertence. Abordou desde a submissão ao Serviço Proteção aos Índios (SPI), através das missões estadunidenses, posteriormente se tornando Fundação Nacional do Índio (Funai), até a autonomia dos professores da etnia na condução do ensino do seu povo. Além de servidora da Funai, Prof. Darlene ministrou aulas nos programas de formação de professores indígenas em Mato Grosso, São Paulo, na Bahia e em outros estados.

Fernanda Kaingang

(Foto: Reprodução/SoundCloud)

Aos 17 anos, Lúcia Fernanda Jófei Kaingáng ingressou no curso de Direito na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí) e depois estudou Direito Público na Universidade de Brasília. Nasceu no Rio Grande do Sul e viveu em diferentes aldeias no Brasil. Sua primeira opção era o curso de Jornalismo, mas foi convencida pela família a estudar Direito. Afinal, era urgente que um cidadão Kaingang pudesse não apenas aprender, mas traduzir a legislação brasileira para a sua comunidade. Fernanda Kaingang primeira mulher indígena a se tornar Mestre em Direito no Brasil. Se tornou uma das lideranças jurídicas para seu povo, que ocupa áreas territoriais no Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Naine Terena

(Foto: Reprodução/SoundCloud)
Severiá Maria Idioriê

Ainda no Mestrado, a radialista Naine Terena, de 41 anos, desenvolveu sua pesquisa na Universidade de Brasília (UnB) sobre a “dança da ema”, uma tradição em sua aldeia, a Limão Verde, em Aquidauana (MS). A ema, para o povo Terena, é um animal sagrado e faz 13 movimentos coreográficos diferentes. Mas a investigação científica não abordou apenas o conhecimento corporal, mas as sabedorias do espírito deste animal sagrado. Prof. Naine entrevistou tios e tias, demais parentes e anciãos durante o percurso de pesquisa. Já no doutorado na PUC-SP, sua investigação foi uma pesquisa-ação sobre tecnologias audiovisuais nas escolas indígenas de Ensino Infantil e Fundamental. No pós-doutorado, realizou mais duas  pesquisas também sobre tecnologias, na Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e na Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat).

(Foto: Reprodução/Facebook)

De 2014 a 2016, Severiá pesquisou a importância da língua A’uwe/Xavante na formação de professores xavantes. O resultado de suas investigações demonstrou a importância de ser bilíngue para o cidadão indígena, como uma forma de afirmar e valorizar a identidade étnica desse cidadão. Afinal, no seu percurso científico deixa claro que é  por meio da língua que cada sociedade organiza sua visão de mundo com conhecimentos cosmológicos próprios, tendo a capacidade de mostrá-lo ao mundo, de que forma se organiza coletivamente. 

Kowawa Kapukaja Apurinã

(Foto: Divulgação/Fagtar)

Kowawa é o nome indígena, que significa fruto da jurubeba braba. No mundo branco, ela é de Pietra Dolamita. Formada em Direito (UCPel) e Mestra em Educação (IFSul) e Antropologia Social (UFpel), Pietra é uma ativista indígena, que atua juntamente com os/as parentes na luta pela Terra. É também licenciada em Artes Visuais – Universidade Federal de Pelotas Mestra em Educação e Tecnologia – Instituto Federal Sul-Riograndense – IFSUL – Pelotas, RS, com ênfase em Educação Ambiental e Educação Escolar Indígena. Pesquisadora do projeto do IFSul – Charqueadas: Grupo de Estudos em Gestão Territorial. Editora do Portal Catarinas. Atua com @s indígenas Kaiowá e Guarani de Mato Grosso do Sul e Direito Indígena e Constitucional na luta pela demarcação das terras indígenas e políticas públicas. Realiza formação de professores/as na implementação do ensino da Cultura Indígena em escolas públicas.

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