Confira o resumo da manhã do VII Seminário Internacional de Metodologias Transformadoras da Rede AmLat
22 de agosto de 2013 Processocom
Nísia Martins do Rosário
Maytê Ramos Pires
Paulo Júnior Melo da Luz
Vitória Brito Santos
Na manhã desta quinta-feira (22), o VII Seminário Internacional de Metodologias Transformadoras da Rede AmLat dividiu-se em uma Conferência de Abertura apresentada pelo Professor Dr. Alberto Efendy Maldonado e uma mesa com socialização e discussão de pesquisas de investigadores do campo da comunicação.
Dando início aos trabalhos, Efendy Maldonado falou sobre “Estratégias transmetodológicas para a pesquisa em comunicação em tempos de crise: a atividade científica na sua dimensão de compromisso cidadão”. Em suas reflexões, ele reafirmou a importância dos processos metodológicos na transformação do contexto latino-americano. “Estamos numa realidade comunicativa limitada, engessada por interesses oligopólicos e monopólicos. As mídias se desconfiguraram e hoje há um atravessamento das estruturas midiáticas”, expõe. Na América Latina, ocorre uma intensificação integral de apropriação do digital, favorecendo uma comunicação que facilita os talentos e criações, apesar do contexto acelerado, político, institucional e burocrático de processos transnacionais. Efendy afirma que a revolução colaborativa que se dá pela via tecnológica deve ocorrer também no campo científico, na criação e produção coletivas. Esse é um dos caminhos para a cidadania científica e para a cidadania comunicativa. Outro ponto ressaltado é o do hipertexto, que se gerou nos afetos. Existe uma necessidade do múltiplo. Assim, a transmetodologia parte para uma ruptura com sensos comuns e valoriza o diálogo construído a partir de vivências multicontextuais e multidimensionais, construídas no cotidiano e num contato profundo com a reflexão.
Na primeira mesa do VII Seminário, a pesquisadora Maria Angela Pavan (Pragma – UFRN), em trabalho conjunto com o professor Aryovaldo Azevedo, apresentou sua pesquisa sobre crianças e televisão: “Crianças e televisão: comunicação e produção de sentido nas narrativas do cotidiano”. A amostra da pesquisa foi composta de 6 crianças de escola pública e 6 crianças de escola particular de Barão Geraldo, em Campinas – SP. Duas meninas da escola pública foram as que mais se destacaram em termos de apreensão e conhecimento cultural (apesar dos conceitos que se tem sobre o desenvolvimento cultural em escolas públicas).
Na sequência, a professora Eloísa Klein (Decom-UFRN) apresentou “Análise audiovisual para o desenvolvimento da complexidade contextual no telejornalismo”, falando sobre a análise audiovisual para o desenvolvimento da complexidade contextual no telejornalismo. Estudou dois casos de grande cobertura jornalística. Percebeu o quanto o “ao vivo” tem reflexos na construção do telejornalismo, bem como a auto-referencialidade decorrente dele. A professora busca estudar, contudo, outros aspectos que se manifestam de forma específica, mas apresentam a complexidade do telejornalismo tais como os recursos estilísticos. Sua pesquisa visa explorar ângulos que costumeiramente não seriam explorados no telejornalismo. Nessa via, ela tensiona as construções feitas pelo telejornalismo e as normas de produção e edição hegemônicas. Enfim, a professora Elisa Klein enfatizou que a atenção ao contexto, pela observação e análise, permite efetivamente o contato com o outro, no telejornalismo ou em outros modos de comunicação.
Para finalizar a primeira mesa, Lisiane Aguiar, doutoranda do PPGCOM de Comunicação e Informação da UFRGS, apresentou “A cultura do método na comunicação da epistemologia à metodologia das multiplicidades audiovisuais”. Seu trabalho se pautou na cultura do método na comunicação, no conceito de cultura e como ele afeta a pesquisa. Ela parte também de uma perspectiva transmetodológica, desenvolvida por Efendy Maldonado. Lisiane está estudando as metodologias que se voltam para o audiovisual e problematiza, por consequência, os procedimentos usuais para a investigação das imagens.
O VII Seminário Internacional de Metodologias Transformadoras da Rede AmLat continua no período da tarde a partir das 14h. O evento pode ser acompanhado pelo Facebook, no Twitter e aqui pelo site.