Confira o que aconteceu na segunda manhã do I Colóquio Internacional de Investigação Crítica em Comunicação

27 de julho de 2016 Processocom

Continuando na manhã do dia 27 de julho de 2016, o I Colóquio de Investigação Crítica em Comunicação teve falas de 9 pesquisadores, distribuídos em 4 mesas. Das 8h30 às 13h30, eles socializaram suas investigações instigando o debate sobre temas diversos do campo da comunicação.

Na primeira mesa, que teve a presença dos professores doutores Andres Kalikoske e Juciano Lacerda, foram apresentados os trabalhos “TV expandida: mobilidades na cultura audiovisual” e “Perspectivas para a abordagem da cidadania comunicativa como estratégia metodológica na pesquisa em comunicação”, respectivamente.

Em sua fala, o Dr. Andres Kalikoske problematizou que a transmidiação não é um processo novo, mas que vem se materializando de forma diferente. Ele reflete que, em sua experiência docente, os alunos trazem a mídia como algo muito presente em seus trabalhos. No entanto, é preciso tomar cuidado com os discursos teóricos sedutores, que não levem em conta as dimensões de fluxos de conteúdos, as lógicas dos suportes eletrônicos, os emergentes aplicativos e redes, bem como os mercados competitivos que demonstram lógicas capitalistas bastante evidentes. Para ele, em sala de aula, é necessário visibilizar uma produção audiovisual que produza diversidade, que pense na convergência, nas múltiplas telas, fora de um modelo hegemônico e mais próximo da cidadania comunicativa.

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Em um segundo momento dessa mesma mesa, os professores doutores Juciano Lacerda e Thays Helena Silva Teixeira, do grupo de pesquisa Pragma da UFRN, apresentaram o trabalho “Perspectivas para a abordagem da cidadania comunicativa como estratégia metodológica na pesquisa em comunicação”. Eles pensam as características da cidadania refletindo como desenvolver os sentidos dela em um dispositivo de luta social. Para os pesquisadores, a cidadania não é uma definição estanque, mas um conceito histórico, variando seu sentido no tempo e espaço. Além de estratégia metodológica, é preciso pensar a cidadania como um construto social.

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A segunda mesa contou com a participação dos professores doutores Jiani Adriana Bonin e Alberto Efendy Maldonado. Bonin apresentou “Questões metodológicas na pesquisa sobre produção de sentidos, usos e apropriações das mídias por sujeitos comunicantes”. Em sua fala, ela problematiza as metodologias de pesquisa em comunicação, trazendo a ideia de que é preciso pensar métodos e lógicas mistas de experimentação.  As novas configurações da midiatização demandam novas ideias dos sujeitos, sendo que as mídias sociais abrem novas possibilidades para que eles se comuniquem. Assim, é preciso repensar os arranjos dos processos comunicacionais.

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Na palestra “Transmetodologia em tempos de fascismo social”, o professor Efendy assinalou a importância de se contribuir para o pensamento crítico, em oposição aos posicionamentos conservadores. Efendy apontou falhas nos governos neoconservadores da América Latina, que seguem dificultando uma verdadeira democratização da comunicação. Sobre a academia, destacou que é preciso confluir sabedorias locais, populares e pesquisas acadêmicas multidimensionais para fazer frente de maneira satisfatória ao fascismo social. Neste sentido, as confrontações de ordem midiática, política e cultural também podem contribuir para uma diminuição do poder das oligarquias midiáticas e enfrentar os sistemas estabelecidos.

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A apresentação das pesquisadoras argentinas María del Rosario Millán e Marina Casales, intitulada “Dinámicas y lógicas comunicativas en la esfera pública mediática en Misiones” trata de problemáticas relativas à utilização do espaço público e o vínculo entre cidade e comunicação, no contexto da UNaM, na Argentina. Pensando nos direitos, apropriações e usos do espaço público, elas problematizam o urbano focando na esfera midiática, analisando-o enquanto espaço de visibilidade ou invisibilidade e espaço para exercício da cidadania comunicativa.

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Do CIESPAL, Franceso Maniglio apresentou “Capitalismo Cognitivo y Economía social del Conocimiento: continuidades político -económicas y contradicciones sociales”. Em suas reflexões, ele aborda que não se pode falar de uma economia da comunicação sem falar economia do conhecimento. Segundo o investigador, a sociedade do conhecimento deve ser boa para todos, transitiva e funcionando em múltiplas perspectivas. Ele também aponta que, no contexto do Equador, as politicas de transformação da sociedade resistem à dominação do capital financeiro, mudando exponencialmente suas políticas públicas em termos de ciência e tecnologia.

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Encerrando a última manhã de trabalho do I Colóquio Internacional de Investigação Crítica em Comunicação, o pesquisador Vicente Barragán apresentou “Derecho a la Comunicación y Participación. Una visión crítica”. Ele abordou os direitos humanos como um ideal impuro, manipulado pelo contexto. Para o investigador, o direito à comunicação é demanda social, já que ela é um direito humano e fundamental. Assim, a cidadania deve ser ativa, visando o empoderamento dos comunicantes e colocando a comunicação como um serviço público.

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