Gabriel Kaplun defende a pesquisa para a transformação social
22 de abril de 2010 Processocom
Teoria crítica com transformação social. Este é um dos atuais desafios da pesquisa em comunicação na América Latina para o professor e investigador Dr.Gabriel Kaplun, da Universidad de la República, do Uruguai. O pesquisador esteve na Unisinos, numa atividade com professores, pesquisadores e alunos, falando sobre “Experiências científicas no Uruguai e América Latina”, durante a manhã de sábado, dia 17 de abril.
O encontro travou-se de forma muito inspiradora. Com seriedade e informalidade, o palestrante e os participantes trocaram experiências de pesquisa. De início, todos se apresentaram e falaram sobre seus objetos de estudo. Em seguida, Kaplun explicitou algumas de suas percepções sobre as diferenças entre o Brasil e os demais países da América Latina. Um dos pontos citados foi a oportunidade de dedicação exclusiva à academia dos pesquisadores brasileiros, através dos incentivos em forma de bolsas de estudos. Segundo o professor, nos demais países, geralmente, os investigadores também atuam no mercado de trabalho, e para ele isso pode ser vantajoso no momento de se pensar em problemáticas de relevância prática. Durante o debate, porém, os participantes contestaram a falta de aproximação do mercado prático por parte dos pesquisadores das linhas presentes, que na sua maioria mantém envolvimento com o mundo produtivo.
A questão central na fala de Kaplun foi a crítica ao “modelo esquizofrênico” da separação do instrumental e do teórico crítico, duas correntes que, para ele, devem andar juntas. O professor ainda falou de uma terceira corrente, a das produções inovadoras, os “alternativistas”, que não possuem muitas referências para a sustentação teórica própria mas que têm em suas mãos problemáticas de extrema relevância social.
Depois de falar de suas inquietações, abriu-se um diálogo sobre o tema enriquecedor para ambos os lados. O encontro encerrou com a apresentação da parte metodológica de uma investigação sobre identidade juvenil desenvolvida por Gabriel Kaplun. Na exposição, o investigador demonstrou a necessidade de adaptação dos recursos metodológicos para alcançar o diálogo com as realidades das pessoas que compõem o objeto de estudo.
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