Na hora do ponto final

3 de dezembro de 2009 Processocom

Graziela Bianchi

Acontece com praticamente todo mundo: com os mais e os menos organizados, com os principiantes e veteranos, com homens e mulheres. Os que entram no universo da investigação sabem que a conclusão de uma pesquisa é um período de absoluta ansiedade.

Sem dúvida, é fundamental ter um trabalho organizado, respeitando os prazos estipulados. Aliás, aprendi nessa trajetória que os cronogramas não foram instituídos para ser uma mera formalidade; eles são a maneira mais eficaz de não se perder em meio ao turbilhão que uma pesquisa científica vai se transformando.

Entendo que a ansiedade gerada no final de uma pesquisa decorra, por um lado, do simples fato de ser este o grande e esperado momento. Nele estarão presentes suas expectativas, a de seu orientador, da sua instituição, de seus colegas, amigos, da sua família. Quem vê de fora, pode não ter nem idéia de todos dos múltiplos fatores tensionadores que compõem esse curto espaço de tempo.

Muitos podem pensar: bem, mas se o cronograma for respeitado desde o princípio, não haverá problema de sobressaltos no final. Em parte é verdade, mas não absolutamente. Isso, na minha experiência, acontece porque, desde o princípio, o processo de uma pesquisa científica é essencialmente dinâmico. São muitas idas e vindas, descobertas, reestruturações, tempos de avanço e outros de relativa estagnação. Ninguém termina uma pesquisa exatamente da forma que supunha lá no princípio. E se isso acontecer, perdoem-me a franqueza, mas asseguro que não foi verdadeiramente uma pesquisa.

Já nem sei mais contar qual o número de vezes que passei por esses períodos de angústia, característicos de final de investigação. Posso dizer que estou concluindo o doutorado daqui a pouquíssimo tempo, e minha aflição já nem tem mais medida.

Nesse momento, creio que a única “saída” é trabalhar muito, descansar o que for possível, e contar com o apoio de todos que te cercam. O orientador é a figura fundamental nisso tudo (e se você tiver sorte, terá um orientador amigo, como é a minha, professora Jiani Bonin), não só para te apoiar nos momentos de aflição “existencial”, mas especialmente para não te deixar perder o foco nessa etapa, fazer com que potencialize ao máximo não só o tempo, mas todo o trabalho que foi realizado até então.

Cabeça fria e concentração, essas são as palavras de ordem. E que assim seja…

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